terça-feira, 31 de maio de 2011

Curiosidade Epistemológica


“Curiosidade epistemológica”: um desafio para o ensino de Física
O trabalho do professor que opta por romper com a consciência ingênua é instigar a curiosidade dos alunos e a própria curiosidade em um processo investigativo. Isto é, que através de sua própria prática o aluno consiga produzir a compreensão do conteúdo ou do objeto em lugar de apenas recebê-la e depositá-la em sua mente. Segundo Freire (1987), o professor democrático deve, na sua prática docente, reforçar a capacidade crítica do aluno, sua curiosidade, sua insubmissão. O aluno não pode ser visto como puro objeto da educação, ao qual cabe ao professor transferir conhecimentos que não se modificam com a condição de tempo e lugar. Os conhecimentos ensinados em Física devem estar comprometidos com propostas de transformação social; para que eles possam contribuir com uma educação que vise à construção e vivência da cidadania pelos envolvidos.
Ainda, segundo Freire (2003), sem a curiosidade que nos torna seres em permanente Disponibilidade à indagação, seres da pergunta bem feita ou mal fundada, não importa não haveria a atividade gnosiológica, expressão concreta de nossa possibilidade de conhecer. Essa curiosidade não é aquela ligada ao cotidiano, desarmada, espontânea, mas, sim, aquela ligada à rigorosidade metódica, indagadora, crítica. Logo, o educador que possibilita a seu aluno ser cada vez mais criador e mais crítico em seu aprendizado poderá desenvolver nesse a sua “curiosidade epistemológica”. Portanto, a “curiosidade epistemológica” tem papel significativo no processo ensino aprendizagem, pois segundo Freire (2003; p. 78): Não é a curiosidade espontânea que viabiliza a tomada de distância epistemológica. Essa tarefa cabe à curiosidade epistemológica – superando a curiosidade ingênua, ela se faz mais metodicamente rigorosa. Essa rigorosidade metódica é que faz a passagem do conhecimento do senso comum para o do conhecimento científico. Não é o conhecimento científico que é rigoroso. A rigorosidade se acha no método de aproximação do objeto. A rigorosidade nos possibilita maior ou menor exatidão no conhecimento produzido ou no achado de nossa busca epistemológica.
Ainda, segundo o autor acima, o diálogo entre professor e alunos é fundamental para o desenvolvimento da “curiosidade epistemológica”. A relação dialógico-problematizadora é o selo do processo gnosiológico. É cheia de curiosidade, de inquietação. Para Freire (2003), dialogar não é tagarelar. Por isso pode haver diálogo na exposição crítica, rigorosamente metódica, de um professor a que os alunos assistem não como quem come o discurso, mas como quem apreende sua intelecção.
Analisando tudo isso, Freire (2003) se preocupa com o distanciamento entre prática educativa e o exercício da “curiosidade epistemológica”. Percebe-se nas escolas que o processo ensino-aprendizagem está dando lugar ao “... treino técnico dirigido para a sobrevivência num mundo sem sonhos. Nesse caso, o que vale é treinar os educandos para que se virem bem” (FREIRE, 2003). Por esse motivo, Freire (1996) comenta que a tarefa primordial do professor não deve se deter em apenas treinar os alunos, mas trabalhar os conhecimentos com rigorosidade metódica:
E esta rigorosidade metódica não tem nada que ver com o discurso bancário’ meramente transferidor do perfil do objeto ou do conteúdo. É exatamente neste sentido que ensinar não se esgota no ‘tratamento’ do objeto ou do conteúdo, superficialmente feito, mas se alonga à produção das condições em que aprender criticamente é possível. E essas condições implicam ou exigem a presença de educadores e de educandos criadores, instigadores, inquietos, rigorosamente curiosos, humildes e persistentes (FREIRE, 1996, p. 26). Segundo Freire (1996) é por meio de procedimentos metodicamente rigorosos que o conhecimento novo supera outro que antes foi novo e se fez velho e se “dispõe” a ser ultrapassado por outro, amanhã. Sendo assim, é tão fundamental conhecer o conhecimento existente quanto saber que estamos abertos e aptos à produção do conhecimento ainda não existente. Logo, para o autor, ensinar, aprender e pesquisar lida com esses dois momentos do ciclo gnosiológico: o momento em que se ensina e se aprende o conhecimento já existente e o momento em que se trabalha a produção do conhecimento ainda não existente. Na verdade, a curiosidade ingênua que, ‘desarmada’, está associada ao saber do senso comum, é a mesma curiosidade que, criticizando-se, aproxima-se de forma cada vez mais metodicamente rigorosa do objeto cognoscível, se torna curiosidade epistemológica (FREIRE, 1996, p.31).

Fonte:
PROPOSTA POLITICO PEDAGOGICA-Educação de Adolescentes, Jovens e Adultos
2001/2004 aprovado em sessão plenária em 22/06/2005. Resolução 140/2005)
FREIRE, Paulo e FAUNDES, Antônio. Por uma Pedagogia da Pergunta. Rio de Janeiro-RJ: ed. Paz e Terra, 1985.
Dicionário Paulo Freire: Pedagogia da Autonomia. São Paulo-SP: ed. Paz e Terra, 2003.


Curiosidade Epistemológica




O desafio da "epistemologia" é responder "o que é" e "como" alcançamos o conhecimento? O conhecimento sempre começa pela pergunta, pela curiosidade, Mas o que deve ser obra do sujeito é a passagem da curiosidade espontânea, ingênua para a curiosidade epistemológica. Isso só é feito com reflexão crítica sobre a prática. Quanto mais à reflexão crítica ajudar o sujeito a se perceber e perceber suas razões de ser, mais consciente está o tornado, mais está reforçando a curiosidade epistemológica, e assim, haverá condições para que ele seja sujeito autônomo. A curiosidade é o início de todo o conhecimento, que se substancializa pela ação do perguntar.Todo ser humano traz consigo esta disposição investigativa que sofre, contudo, perturbações de percurso, ora por admoestações do meio familiar em que vive o indivíduo, ora pela intervenção educativa formal que substitui a pergunta por respostas prontas, tratando todos como iguais. A pesquisa possibilita conhecer a novidade e contribui para que a curiosidade vá se tornando cada vez, metodicamente. Uma curiosidade epistemológica interessante é que As primeiras epistemologias foram às regionais que, muitas vezes, surgiram sob a forma de história da matemática, por exemplo. Foi Augusto Comte quem formulou, no sec. XIX, a primeira concepção generalista da ciência. Para este autor, as várias ciências são expressão da actividade do espírito humano, embora cada uma tenha a sua especificidade. Numa perspectiva regionalista considera-se uma ciência em particular como a matemática, a biologia, a sociologia, entre outras. Muitos filósofos nos dias de hoje negam que as questões filosóficas acerca do conhecimento tenham um caráter especial. Defendem que a epistemologia precisa de ser "naturalizada": quer dizer, aproximá-la de uma ou mais ciências, talvez da psicologia cognitiva.

Fonte:  Texto retirado de Problems of Knowledge: A Critical Introduction to Epistemology (Oxford: Oxford University Press, 2001), pp. 1-5.
http://www.pucrs.br/edipucrs/online/autonomia/autonomia/4.4.html

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Psicodrama, Gestalt Terapia e Abordagem Centrada na Pessoa

          Ao estudarmos psicodrama teremos que conhecer um pouco da estória de seu criador. Jacob Levy Moreno, foi criador do Psicodrama. Nasceu em 6 de maio e 1889,em Bucareste, na Romênia. Jacob era judeu e sua família veio da Peninsula Ibérica. Em uma brincadeira, aos cinco anos, ele estava sentado no trono de Deus. Entre caixotes empilhados sobre uma mesa e uma cadeira um de sseus anjos pediu que ele voasse. Pensaanddo ser possível ele tentou sem êxito. Acabou fraturando o braço e refletindo que ele é tãomortal quanto qualquer um.
            A partir da experiencia muitas outras ele procura se aproximar para ter uma visão mais abrangente do outro. Formou-se em Medicina mas sua paixão pelo teastro sempre foi muito forte. Cria o teatro da Espontaneidade em que não é precciso decorar falas. Mais tarde, por trabalhar anos em hospitais ele cria o teatro Terapeutico depois chamado de Psicodrama Terapeutico. Moreno falece com 77 anos e em sua lápide, alguns mencionam que ele pediu que estive gravado:
“Aqui jaz aquele que abriu as portas da Psiquiatria à alegria”
O médico romeno Jacob Levy Moreno criador do Psicodrama e do Sociodrama, é um exemplo de dedicação à investigação psicológica e social. Foi um homem de ampla cultura e forte idéias religiosas, filosóficas e amante do teatro. No Psicodrama desenvolve possibilidades manifestar significados afetivos e simbólicos que desencadeia nas relações sociais.
          Deseja-se nesse momento a indiferenciação do Eu e do Tu. A primeira etapa corresponde à técnica do duplo. A segunda é considerada como do Reconhecimento do Eu e terceira o Reconhecimento do Tu. A segunda é considerada a técnica do espelho e a terceira a técnica da inversão de papéis. A auteridade accontece verbalmente e gestualmente em momento em que assume como protagonista e depois antagonista. Definido segundo Moreno de “Encontro” – a relação que atinge tal grau de intimidade que leva ao estado existencial.
       No Psicodrama encontramos: conceito de espontaneidade-criatividade, a teoria dos papéis, a psicoterapia grupal como pontos básicos da sua teoria, tele (capacidade de se perceber de forma objetiva o que ocorre nas situações e o que se passa entre as pessoas), Empatia (tendência para experimentar o que sente a outra pessoa.), Co-inconsciente (vivências, sentimentos, desejos e até fantasias comuns a duas ou mais pessoas, e que se dão em "estado inconsciente".) e Matriz de Identidade (lugar do nascimento).

Gestalt Terapia
Existem vários significados para o termo Gestalt. É uma palavra de orgiem alemã associada ao processo de surgimento de figura–fundo. É a teoria sobre o campo percepstivo sob a forma de conjuntos estruturados a partir de que não podemos reduzir os fenomenos somente ao que é percebido.
Frederick Perls, judeu alemão comumente chamado de Fritz, o principal percursor da Gestalt-terapia. Gestalt-terapia que tem seu nascimento oficial marcado pela publicação, em 1951, do livro “Gestalt Therapy: Excitement and Growth in the Human Personality”, escrito por Frederick Perls, Ralph Hefferline e Paul Goodman. É uma abordagem psicológica.
            Também conhecida como Terapia Gestalt a Gestalt-Terapia, é uma abordagem psicológica que possui uma visão de homem e de mundo atrelada a doutrina holística, a fenomenologia e o existencialismo. Tem como foco central levar as pessoas a restaurar o contato consigo, com os outros e com o mundo priorizando o "aqui-e-agora". Acredita que o homem é capaz de auto-realizar e de desenvolver seu potencial. É considerada uma abordagem Humanista.
           Inicialmente baseada nas idéias da psicologia gestalt, a Gestalt-Terapia foi desenvolvida como modelo psicoterapeutico, sendo considerada uma teoria bem desenvolvida que combina abordagens Fenomenológicas, Existenciais, Dialógicas e da Teoria do Campo aliadas ao processo de transformação e crescimento humano. Uma das grandes inovações da Gestalt-Terapia é o fato de compreender o ser humano como uma totalidade, rompendo com as psicoterapias tradicionais, a Gestalt vê o homem no físico, mental e espiritual. Estas são esferas indivisíveis e interrelacionadas. Corpo e psiquismo são inseparáveis.
           A Gestalt-terapia tem como base várias teorias do conhecimento humano, entre elas, as mais utilizadas por Fritz Perls são: análise do caráter de Reich, a fenomenologia, a psicologia da Gestalt, a teoria organísmica de Kurt Goldstein, a filosofia existencial, zen budismo, a teoria do campo de Kurt Lewin e a Psicanálise.
Abordagem Centrada na Pessoa
Carl Ransom Rogers nasceu no dia 8 de janeiro de 1902 em Oak Park, Illinois nos EUA. Sua linha teórica é conhecida como Abordagem Centrada na Pessoa (ACP). Era psicopedagogo estadunidense. Um dos mais influentes pensadores americanos. Publicou 16 livros, dentre os quais se destacam: "Tornar-se Pessoa", "Um Jeito de Ser". Rogers é considerado um representante da corrente humanista, não diretiva, em educação. Rogers concebe o ser humano como fundamentalmente bom e curioso, que, porém, precisa de ajuda para poder evoluir. Eis a razão da necessidade de técnicas de intervenção facilitadoras.
             Na educação Carl Rogers aparece como um precursor do movimento de uma filosofia da educação, uma teoria da aprendizagem, uma prática baseada em pesquisas, uma tecnologia educacional e uma ação política. Formado em História e Psicologia, aplicou à Educação princípios da Psicologia Clínica, foi psicoterapeuta por mais de 30 anos.
Os principais aspectos da abordagem de Carl Rogers:
         A terapia nada mais é que a ajuda para a libertação do cliente em sua busca natural para o crescimento e o desenvolvimento normais. Maior ênfase aos aspectos afetivos e existenciais, que são muito mais potentes que os intelectuais.
        Grande ênfase no relacionamento terapêutico em si mesmo, que constitui um tipo de entidade orgânica que se forma a partir do encontro entre terapêuta e cliente e que, em si, traz uma forte força para a experiência de crescimento de ambos, cliente e terapêuta.
Rogers, portanto, entende a terapia como um processo que leva uma pessoa a descobrir as nuances de seu próprio dilema com o mínimo de ação por parte do terapêuta, que funciona como um espelho para o cliente. A terapia é "a liberação de capacidades já presentes em estado latente.
         
        Dedicação à dinâmica da psicoterapia de grupo. Rogers compreendeu profundamente que os indivíduos em um grupo deixam-se envolver mais fortemente por um clima terapêutico, e que o grupo, em si, é um organismo, um sistema auto-regulador, onde cada indivíduo é parte fundamental constituinte do todo, ao mesmo tempo que também é um todo em si.

terça-feira, 26 de abril de 2011

Curiosidade Epistemologica

A epistemologia, também chamada teoria do conhecimento, é o ramo da filosofia interessado na investigação da natureza, fontes e validade do conhecimento. Entre as questões principais que ela tenta responder estão as seguintes. O que é o conhecimento? Como nós o alcançamos? Podemos conseguir meios para defendê-lo contra o desafio cético? Essas questões são, implicitamente, tão velhas quanto a filosofia, embora seu primeiro tratamento explícito seja o encontrado em Platão (427-347 AC). Mas primordialmente na era moderna, a partir do século XVII em diante,  como resultado do trabalho de Descartes (1596-1650) e Locke (1632-1704) em associação com a emergência da ciência moderna - que a epistemologia tem ocupado um plano central na filosofia.
Um passo óbvio na direção de responder a primeira questão é tentar uma definição. A definição padrão, preliminarmente, é a de que o conhecimento é crença verdadeira justificada. Esta definição parece plausível porque, ao menos, ele dá a impressão de que para conhecer algo alguém deve acreditar nele, que a crença deve ser verdadeira, e que a razão de alguém para acreditar deve ser satisfatória à luz de algum critério - pois alguém não poderia dizer conhecer algo se sua razão para acreditar fosse arbitrária ou aleatória. Assim, cada uma das três partes da definição parece expressar uma condição necessária para o conhecimento, e a reivindicação é a de que, tomadas em conjunto, elas são suficientes.
Há, contudo, dificuldades sérias com essa idéia, particularmente sobre a natureza da justificação requerida para a crença verdadeira eqüivaler a conhecimento. Propostas competidoras tem sido oferecidas para acolher as dificuldades, ou para acrescentar mais condições ou para achar um enunciado melhor para a definição posta. A primeira parte da discussão que se segue considera essas propostas.
Paralelamente a esse debate sobre como definir o conhecimento há um outro sobre como o conhecimento é adquirido. Na história da epistemologia tivemos duas principais escolas de pensamento sobre o que constitui o meio mais importante para o conhecer. Uma é a escola "racionalista", que mantém que a razão é responsável por esse papel. A outra é a "empirista", que mantém que é a experiência, principalmente o uso dos sentidos, ajudados, quando necessário, por instrumentos, que é responsável por tal papel.
O paradigma de conhecimento para os racionalistas é a matemática e a lógica, onde verdades necessárias são obtidas por intuição e inferência racionais. Questões sobre a natureza da razão, a justificação da inferência e a natureza da verdade, especialmente da verdade necessária, pressionam para serem respondidas.
O paradigma dos empiristas é a ciência natural, onde observações e experimentos são cruciais para a investigação. A história da ciência na era moderna dá sustentação à causa do empirismo; mas precisamente para esta razão, questões filosóficas sobre percepção, observação, evidência e experimento tem adquirido grande importância.
Mas para ambas tradições em epistemologia o interesse central é se podemos confiar nas rotas que elas respectivamente denominam. Os argumentos céticos sugerem que não podemos simplesmente assumi-las como confiáveis; certamente, elas sugerem que trabalho é necessário para mostrar que elas são confiáveis. O esforço para responder ao ceticismo, portanto, fornece um modo distinto de entender o que é crucial em epistemologia. A segunda parte está concentrada na análise do ceticismo e algumas respostas a ele.
Há outros debates em epistemologia sobre, entre outras coisas, memória, julgamento, introspecção, raciocínio, distinção "a priori a posteriori", método científico e diferenças metodológicas, diferenças metodológicas, se há, entre ciências da natureza e ciências sociais; as questões consideradas aqui são básicas para todos esses debates.
Fonte:
O texto foi traduzido de Grayling, A C. Epistemology. Bunnin and others (editors); The Blackwell Companhion to Philosophy. Cambridge, Massachusetts: Blackwell Publishers Ltd, 1996.

segunda-feira, 25 de abril de 2011

PSICOTERAPIA FENOMENOLÓGICA EXISTENCIAL

Psicoterapia Fenomenológico-Existencial é uma terapia na qual o paciente reflete sobre suas atitudes, sua própria fala, participa ativamente do processo de atendimento, buscando e encontrando maneiras de relacionar-se consigo e com o mundo de forma mais agradável e menos sofrida. Percebe as suas qualidades, seu potencial individual e suas formas de modificar e viver diante desse mundo, valorizando assim sua existência.
Ouvir a angústia do outro não em forma de cura e remoção de sintomas, mas ouvir e compreender o sentimento e sofrimento do outro. O terapeuta tem a postura de fazer com que o paciente entre em contato com suas angustias e sofrimento, dando um sentido, significado e esclarecimento desses sentimentos, focando na vontade de constantes mudanças, sair ou amenizar esse sofrimento, entender o que realmente está sentindo e a relação com sua existência no mundo e em si mesmo.
Não tem o objetivo de acabar com a angústia e sofrimento, mas entrar em contato com isso, não apenas encontrar um local ou atividade como forma de escalpe, mas sim encontrar essa existência. Quando deparamos com esses sentimentos de forma clara e profunda, em alguns momentos ficamos perdidos, sem muito sentido essa falta que não passa, ao conseguir perceber nossa existência e significar de alguma forma essa angustia e sofrimento ameniza ou passa.
No atendimento o paciente se vê como sendo compreendido por outra pessoa igual e ele, mesmo que este seja seu terapeuta, inicia um diálogo que vai além de uma interpretação, testes e observações psicológicas, pois o terapeuta escuta de forma que se sensibiliza com o sofrimento ou queixa do outro, quando isso ocorre o paciente sente-se ouvido por completo, é como se o terapeuta entendesse realmente o tamanho de sua angústia e sofrimento.
Assim a principal diferença da psicoterapia fenomenológica existencial é compreender e perceber que os problemas, sofrimentos e angústia do outro tem coisas comum com o meu próprio mundo, assim ao ouvi-lo podemos realizar questionamentos de nosso próprio mundo aproximando-se assim de uma maior compreensão do mundo e da angústia do outro.
Tem como foco o cuidado com a existência do outro, fazer com que o paciente perceba a importância de sua existência, de sua liberdade, bem como da sua identidade, ser único que tem criatividade e diversas formas e caminhos de enfrentar e viver a vida. Compreender-se como homem, um ser do mundo, que tem sua individualidade e coletividade diante de suas relações com os outros.

Fonte Bibliográfica: artigo: Psicoterapia e a condição do ser-no-mundo. Marjore Vieira e Nádia Freitas. 

domingo, 24 de abril de 2011

O existencialismo é um humanismo

Para Sartre não existe outro universo além do universo Humano. O lado humanista do existencialismo afirma que não existe outro legislador além do próprio homem. “O homem deve procurar uma meta fora de si para realizar-se precisamente como ser humano”
‘’ o existencialismo não é tanto um ateísmo no sentido em que se esforça por demonstrar que Deus não existe,pois se assim fosse nada mudaria em seu ponto de vista’’.
 Partindo dessa ótica verficamos que o humanismo existencialista propõe ao homem a responsabilidade por suas escolhas e seus atos e que apenas ele próprio pode salvar-se e não algo divino. O lado otimista do existencialismo é de propor a ação e libertação e não desespero.
Fonte: O Existencialismo é um Humanismo- SARTRE, Jean-Paul. L´ Existetialisme Est um Humanisme.

quarta-feira, 20 de abril de 2011

FENOMENOLOGIA DA PERCEPÇÃO

Maurice Merleau-Ponty (1908-1961) retrata um pouco da fenomenologia da percepção, juntando diversos conceitos de várias áreas da ciência, principalmente às visões dos cientistas e filósofos, aproximando assim a filosofia da psicologia, dando um maior sentido ao resgate as coisas mesmas, de uma forma mais crítica, na qual o homem se apercebe diante de si mesmo, do outro e do mundo.
A fenomenologia da percepção resgata as nossas experiências, ao chegar à causa do fenômeno, e assim analisamos sem juízo de valor, mas nos apercebendo diante do fenômeno, o que minha relação com o mundo interfere nas minhas atitudes e decisões? a percepção da intencionalidade do nosso corpo e atitudes, pois não somos apenas objetos, somos sujeitos que modificamos e somos modificados por esse mundo.
Uma percepção de um sujeito que está em mundo concreto, no qual faz parte, em que vive e não apenas uma visão de mundo como sendo um objeto, mistura sua consciência intencional, na qual o homem não se reconhece como homem e analisa ao outro como objeto, e a consciência perceptiva, onde o homem leva em consideração suas experiências, vivências do corpo e a sua subjetividade é integrada a si. Contudo compreende o homem e o mundo sem fórmulas, sem regras e principalmente sem princípios, observa e analisa este ser como agente transformador, que tem sentimento, pensa e age, como também um ser que é transformado pelo mundo em que vive.
O homem está em constante movimento, isso quer dizer que está sempre pensando em algo, construindo, observando e modificando valores, conceitos e ações.  Analisando as causas e conseqüências de seus atos, tendo uma percepção de si e do mundo. Na visão cientifica o homem é apenas um objeto de observação e estudo, na visão filosófica percebe o homem, seus pensamentos e seu eu interior. Mesclando as duas podemos ter a visão da fenomenologia da percepção.
Esta tem o objetivo de perceber o homem que encontra-se sempre em sua situação na qual tem que tomar decisões diante de um mundo concreto. Este mundo carregado de sentimentos, no qual podemos chegar através da percepção ao conhecimento e prejulgamentos de um homem que se percebe neste mundo. Enfim e fenomenologia da percepção vê o homem como uma mistura de consciência e de corpo, que podemos chamar de “corpo sujeito, ou sujeito encarnado”. E de forma clara e transparente poder nos ver e ver o mundo que estamos inseridos, que não somos apenas um corpo, mas somos o nosso corpo, carregado de sentimentos e atitudes, que faz o próprio agir do homem.

Fonte Bibliográfica: A FILOSOFIA DO OLHAR E A EXPERIÊNCIA DO PENSAMENTO . Rodrigo Vieira Marques, 60 anos de publicação da FENOMENOLOGIA DA PERCEPÇÃO, críticas e resenhas.

segunda-feira, 4 de abril de 2011

O existencialismo de Jean Poul Sartre

O existencialismo de Jean Poul Sartre considera que a existência precede a essência, ou seja, o homem primeiramente existe no mundo para depois formar sua concepção de crença e valores.  O existencialismo prega que o homem é o que projeta para si, desse modo traz a responsabilidade desse ato, também influenciado por sua vontade.
A decisão gera a angustia, mas a angustia não deve impedir de agir, distante do quietismo dessa forma se assume a responsabilidade, decisão e compromisso com o sentimento de superação e dedicação, passando por sofrimentos físicos e psíquicos diante de sua escolha.  A escolha de uma identidade que não lhe pertence, passa pela angustia e até mesmo o desespero de construir essa identidade.
Fonte. Texto Existencialismo é um humanismo- Jean Poul Sartre

terça-feira, 1 de março de 2011

Diálogo na perspectiva de Martin Buber

  Martin Buber (Viena, 8 de fevereiro de 1878-Jerusalém, 13de junho de 1965) era filósofo, escritor e pedagogo. Em suas publicações filosóficas deu importância a sua idéia de que não a existência sem comunicação e diálogo. 
  Para Buber o diálogo situa-se no princípio de tudo. Diálogo significa falar algo a alguém, entrar em relação com algo que me causa alguma reação, que me toca profundamente e vice-versa. Buber, quando propõe falar e descrever uma vida fundada no diálogo, vai além de uma mera análise objetiva sobre a estrutura lógica, para ele a palavra e o ato de proferi-la carrega consigo o sentido de portadora de ser e é somente através dela que homem pode se introduzir na existência.
 O ser humano torna-se de fato, humano quando ele experiência a relação EU-TU. a realização da humanidade se encontra na relação entre os seres, num mundo fundado no diálogo. EU-TU diz respeito a um "ato essencial" do homem, atitude de encontro entre dois parceiros na reciprocidade e na confirmação mútua. Buber sinaliza que a cada evento de relação saimos de forma diferente, pois algo nos toca, algo se modifica.
Nesse caso não posso de forma alguma descrever o ente com o qual entro em relação, pois se assim o fizesse estaria impossibilitando o dizer Tu. Essa forma de perceber as coisas é o que Buber chama de: Tomada de conhecimento íntimo, quando eu percebo o outro na sua diferença, quando eu o percebo como único, com sua maneira de ser própria. Somente assim posso dirigir-lhe a palavra, somente assim posso dizer Tu.
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pt.wikipedia.org/wiki/Martin Buber

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Fenomenologia


Segundo seu fundador, o filosofo Edmund Husserl é a descrição do que mostra por si mesmo. É o método de apreensão da essência absoluta das coisas.
Fenomenologia deriva do grego phainesthai que significa aquilo que se mostra, e logos significa estudo do que se apresenta. Coloca-se a frente de todo juízo e de toda crença para explorar simplesmente objeto.
É a ciência do subjetivo, dos objetos como objetos e dos fenômenos. Seu objeto de estudo é o próprio fenômeno buscando a consciência do sujeito através das experiências internas apresentadas em sua expressão.
É essa busca que a fenomenologia busca dar sua própria concepção do mundo a partir da consciência formulada pelo sujeito com base em suas experiências. Deve ser estudado tal como é para o sujeito e sem interferência de qualquer regra cabendo a abstração da realidade distanciando um pouco sem perder a essência do que é real estudando o que parece ser.
Texto original em:WWW.euniverso.com.br

Nascido numa família judaica numa pequena localidade da Morávia (região da actual República Checa). Aluno de Franz Brentano e Carl Stumpf, Husserl influenciou entre outros os alemães Edith Stein, Eugen Fink e Martin Heidegger, e os franceses Jean-Paul Sartre, Maurice Merleau-Ponty, Michel Henry e Jacques Derrida. O interesse do matemático Hermann Weyl pela lógica intuicionista e pela noção de impredicatividade teria resultado de contatos com Husserl. Na verdade, a impulsão primeira da lógica positivista, como seus desenvolvimentos mais recentes, seríam estreitamente tributários da crítica de certos aspectos da filosofia de Husserl pelas filosofias insulárias e americanas. Ao reverso, a obra do discípulo Heidegger foi considerada pelo mestre como resultando de graves desinterpretações de seus ensinos e métodos. Em 1887, Husserl converte-se ao cristianismo e junta-se à Igreja Luterana. Começa ensinando filosofia em Halle como tutor (Privatdozent) desde 1887, continua em Göttingen como professor em 1901 e mais tarde em Friburgo (Freiburg am Breisgau) a partir de 1916, até que se aposenta em 1928. Como aposentado, Husserl continua suas pesquisas e atividades nas instituições de Friburgo, até que seja definitivamente demitido por causa de sua ascendência judia, sob o reitorado de seu antigo aluno e protegé, Heidegger.
Em 1884, começa a atender as lições de Franz Brentano em filosofía na Universidade de Viena. Brentano tanto impressionou Husserl que ele pretende então dedicar sua vida à filosofia. Em 1886 Husserl vai à Universidade de Halle, recomendado por Brentano para Carl Stumpf para sua habilitação. Sob sua direção, Husserl escreve Über den Begriff der Zahl (« Sobre o Conceito do Número », 1887) cujos arquivos fornecerão as bases de sua primeira obra importante, Philosophie der Arithmetik ("Filosofia da Aritmética", 1891). Nessas primeiras pesquisas, Husserl tenta combinar matemática com a filosofia empírica pela qual tinha sido iniciado em Viena.
Outro elemento importante herdado por Brentano foi a noção de intencionalidade, que define a forma essencial dos processos mentais. Uma definição simples dirá que a principal característica da consciência é de ser sempre intencional. A consciência sempre é consciência de alguma coisa : a análise intencional e descritiva da consciência definirá as relações essenciais entre atos mentais e mundo externo. Mas, para Brentano, o objetivo fora gerar com métodos empíricos (apoiando-se na introspecção pura) um critério-chave que possa caracterizar os fenômenos psíquicos por oposto aos fenômenos físicos, distinção cujo objetivo fora legitimar uma ciência psicológica nova, e livre de preconceitos (Psychologie vom empirischen Standpunkt, 1874). Para Brentano, todo ato mental tem seus conteúdos, caracterizados por sua direção a um objeto ("objeto intencional"). Toda crença, desejo, tem necessariamente seus objetos : o desejado, o acreditado, etc. Brentano usou da expressão “inexistência intencional” para indicar o status, na mente, dos objetos do pensamento. Com a noção de intencionalidade, o filósofo austríaco propôs um conjunto de traços que distinguiriam de maneira perfeitamente empírica os fenômenos psíquicos dos fenômenos físicos : para Brentano, fenômenos físicos não tem intencionalidade. O desenvolvimento e a crítica do conceito brentaniano aparece como o motivo permanente, central, da obra de Edmund Husserl. A principal diferença, em sua interpretação da noção de intencionalidade, aparece na crítica de seu modo in-existente ("inexistência" como existencia "interna"): a transcendência necessária da mente e do discurso, a objetividade óbvia e no entanto contraditória do porvenir científico e histórico, a objetividade radical, constituidora, da subjetividade formarão a marca do trabalho do primeiro fenomenologista, e seus elementos próprios de fascinação.
Husserl elaborou alguns conceitos-chave que o levaram a afirmar que para estudar a estrutura da consciência seria necessário distinguir entre o ato de consciência e o fenômeno ao qual ele é dirigido (o objeto-em-si, transcendente à consciência). O conhecimento das essências seria possível apenas se “colocamos entre parênteses” todos os pressupostos relativos à existência de um mundo externo..
Husserl propôs que o mundo dos objetos e modos nos quais dirigimo-nos a eles e percebemos aqueles objetos é normalmente concebido dentro do que ele denominou “ponto de vista natural”, caracterizado por uma crença de que os objetos existem materialmente e exibem propriedades que vemos como suas emanações. Husserl propôs um modo fenomenológico radicalmente novo de observar os objetos, examinando de que forma nós, em nossos diversos modos de ser intencionalmente dirigidos a eles, de fato os “constituimos” (para distinguir da criação material de objetos ou objetos que são mero fruto da imaginação); no ponto de vista Fenomenológico, o objeto deixa de ser algo simplesmente “externo” e deixa de ser visto como fonte de indicações sobre o que ele é (um olhar que é mais explicitamente delineado pelas ciências naturais), e torna-se um agrupamento de aspectos perceptivos e funcionais que implicam um ao outro sob a idéia de um objeto particular ou “tipo”. A noção de objetos como real não é removida pela fenomenologia, mas “posta entre parênteses” como um modo pelo qual levamos em consideração os objetos em vez de uma qualidade inerente à essência de um objeto fundada na relação entre o objeto e aquele que o percebe. Para melhor entender o mundo das aparências e objetos, a Fenomenologia busca identificar os aspectos invariáveis da percepção dos objetos e empurra os atributos da realidade para o papel de atributo do que é percebido (ou um pressuposto que perpassa o modo como percebemos os objetos).
Texto:WWW.google.com.br/fenomenologia

Da intersubjetividade à intercorporeidade: contribuições da filosofia fenomenológica ao estudo psicológico da alteridade.
O questionamento filosófico considera o estudo psicológico da alteridade. Apresentam-se formas de surgimento do outro para mim e de sua possível presença como elemento constitutivo do mundo ao qual pertenço e, acima de tudo, como elemento que me constitui. Para que o outro possa ser reconhecido em sua radical alteridade não posso "instituí-lo" por comparação comigo mesmo, por analogia, nem por projeção ou introjeção e nem por processos de fusão afetiva. Estas são formas que excluem a possibilidade do reconhecimento do outro em sua diferença. É a partir da experiência sensível/ perceptiva, na esfera própria de um corpo vivido, que é possível o reconhecimento do outro como diferença por meio de suas formas expressivas. A noção de intersubjetividade poderia ser substituída segundo Junior com vantagens pela de intercorporeidade.
Av. Prof. Mello Moraes, 1721 - Bloco A, sala 202
Cidade Universitária Armando de Salles Oli
veira
WWW.scielo.com

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Existencialismo e Humanismo

Jean-Paul Charles Aymard Sartre- Representante
do Existencialismo 
Existencialismo: corrente filosófica e literária surgida entre os séculos XIX E XX que acredita que o homem é responsável por seus atos. Por conseqüência tornando o homem mestre de seu destino. Essa responsabilidade trás a liberdade do mesmo fazer suas próprias escolhas, isso gera em muitos indivíduos uma paralisação e angustia ao tomar decisões que somente ele deve tomar. Dessa forma os fenômenos da mente começaram a ser estudos em si mesmo, ou seja em sua própria subjetividade, com o objetivo de encontrar sua significação.
O humanismo de Sartre é compreendido através de sua mais destacada conferência, intitulada O existencialismo é um humanismo. Sartre repensa sua filosofia, explicando por que considera a filosofia existencialista um humanismo. Afirma que o homem não nasce com essência alguma. Inicialmente apenas existe, aparece, está aí, jogado, e só depois será alguma coisa, dependendo do que faça de si mesmo. A existência do homem é uma condição para ele construir-se como homem. E isto não quer dizer apenas o desenvolvimento biológico ou psíquico. O homem deve construir-se a partir de seus planos, a partir da responsabilidade que tem por si e pelos demais. Esta responsabilidade faz o homem sentir-se em contato com o mundo que o cerca, e ser tocado pelos problemas da sociedade. Isto lhe gera angústia, que “não deve levar a um quietismo, e sim à ação”, buscando tornar-se útil à sociedade. “O homem está condenado à liberdade”. Tal é a máxima Sartriana, inúmeras vezes citada, que se tornou um lugar comum ao se falar em liberdade. Por que condenado? Afirma Sartre, que a essência do homem é liberdade. Os homens fazem a partir da liberdade, o que bem entendem de si mesmos.
Fonte: UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO- DEPTO DE FILOSOFIA
PROF. JOSÉ MARIA DE JESUS E SILVA( Prof. Adjunto do depto de Filosofia da UFMA)

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Tratado científico sobre a descrição e classificação dos fenômenos, que se propõe a ser uma ciência do subjetivo, dos fenômenos e dos objetos como objetos.