terça-feira, 26 de abril de 2011

Curiosidade Epistemologica

A epistemologia, também chamada teoria do conhecimento, é o ramo da filosofia interessado na investigação da natureza, fontes e validade do conhecimento. Entre as questões principais que ela tenta responder estão as seguintes. O que é o conhecimento? Como nós o alcançamos? Podemos conseguir meios para defendê-lo contra o desafio cético? Essas questões são, implicitamente, tão velhas quanto a filosofia, embora seu primeiro tratamento explícito seja o encontrado em Platão (427-347 AC). Mas primordialmente na era moderna, a partir do século XVII em diante,  como resultado do trabalho de Descartes (1596-1650) e Locke (1632-1704) em associação com a emergência da ciência moderna - que a epistemologia tem ocupado um plano central na filosofia.
Um passo óbvio na direção de responder a primeira questão é tentar uma definição. A definição padrão, preliminarmente, é a de que o conhecimento é crença verdadeira justificada. Esta definição parece plausível porque, ao menos, ele dá a impressão de que para conhecer algo alguém deve acreditar nele, que a crença deve ser verdadeira, e que a razão de alguém para acreditar deve ser satisfatória à luz de algum critério - pois alguém não poderia dizer conhecer algo se sua razão para acreditar fosse arbitrária ou aleatória. Assim, cada uma das três partes da definição parece expressar uma condição necessária para o conhecimento, e a reivindicação é a de que, tomadas em conjunto, elas são suficientes.
Há, contudo, dificuldades sérias com essa idéia, particularmente sobre a natureza da justificação requerida para a crença verdadeira eqüivaler a conhecimento. Propostas competidoras tem sido oferecidas para acolher as dificuldades, ou para acrescentar mais condições ou para achar um enunciado melhor para a definição posta. A primeira parte da discussão que se segue considera essas propostas.
Paralelamente a esse debate sobre como definir o conhecimento há um outro sobre como o conhecimento é adquirido. Na história da epistemologia tivemos duas principais escolas de pensamento sobre o que constitui o meio mais importante para o conhecer. Uma é a escola "racionalista", que mantém que a razão é responsável por esse papel. A outra é a "empirista", que mantém que é a experiência, principalmente o uso dos sentidos, ajudados, quando necessário, por instrumentos, que é responsável por tal papel.
O paradigma de conhecimento para os racionalistas é a matemática e a lógica, onde verdades necessárias são obtidas por intuição e inferência racionais. Questões sobre a natureza da razão, a justificação da inferência e a natureza da verdade, especialmente da verdade necessária, pressionam para serem respondidas.
O paradigma dos empiristas é a ciência natural, onde observações e experimentos são cruciais para a investigação. A história da ciência na era moderna dá sustentação à causa do empirismo; mas precisamente para esta razão, questões filosóficas sobre percepção, observação, evidência e experimento tem adquirido grande importância.
Mas para ambas tradições em epistemologia o interesse central é se podemos confiar nas rotas que elas respectivamente denominam. Os argumentos céticos sugerem que não podemos simplesmente assumi-las como confiáveis; certamente, elas sugerem que trabalho é necessário para mostrar que elas são confiáveis. O esforço para responder ao ceticismo, portanto, fornece um modo distinto de entender o que é crucial em epistemologia. A segunda parte está concentrada na análise do ceticismo e algumas respostas a ele.
Há outros debates em epistemologia sobre, entre outras coisas, memória, julgamento, introspecção, raciocínio, distinção "a priori a posteriori", método científico e diferenças metodológicas, diferenças metodológicas, se há, entre ciências da natureza e ciências sociais; as questões consideradas aqui são básicas para todos esses debates.
Fonte:
O texto foi traduzido de Grayling, A C. Epistemology. Bunnin and others (editors); The Blackwell Companhion to Philosophy. Cambridge, Massachusetts: Blackwell Publishers Ltd, 1996.

7 comentários:

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  2. No geral discute o conhecimento entre si e suas relações, que procura saber a fonte desse conhecimento ligado ao homem que é o observador que se modifica e é modificado, adquirindo essas experiências vivenciadas e observadas

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  3. Gostei do texto, pois epistemologia é isso mesmo , veo como um estudo organizado e estruturado, muito bom !

    Rafael Almeida

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  4. Não gostava de Epistemologia antes mas minha visão mudou (ainda bem pra mim rs). Agora vejo a epistemologia da psicologia de maneira diferente ou da maneira como deveria ver, sendo algo de profunda importância e que sem ela não há como continuar os estudos não só na psicologia mas em todas as ciências.

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  5. Quando iniciei minhas leituras nesses textos considerados básicos tive um xoque. Um turbilhão de sentimentos porque notei na leitura de temas como morte, angustia, sorte, solidão entre outros. Faço, portanto, questão de comentar a dificuldade que é admisnistrar essa subjetividade com relação a todos esses temas.

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  6. Eu sempre tive uma certa dificuldade, porque sou o tipo de pessoa mais racional, então essas subjetividades pra mim sao difíceis de assimilar, mas a minha visao também mudou, como comentou o Gleilson, agora vejo que embora seja um pouco difícil, e de extrema importância.

    Manu.

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  7. È sempre bom a gente ver o que os outros entendem, é diferente do olhar do professor. a gente se asemelha.
    Marayza Rodrigues

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